Lançamento em ÉVORA


SABADO, 3 de DEZEMBRO de 2011 às 16h00

Novo lançamento na Livraria Dom Pepe, Horta da Porta, Rua de Chartres 7b, 7000-930 Évora.

Já nas Livrarias


Lançamento do livro "Teoria das Merdas" - Foi dia 26 de Outubro, no Palácio do Borja, às 18.30, em conjunto com a apresentação da nova Editora Transversal, de Monica Matias, que também lançou o seu novo livro, "Solta-me"


Nele os leitores encontrarão uma elucidativa exposição teórica acerca das merdas simbólicas e culturais que fazem com que a Humanidade esteja, conforme a evidência contemporânea demonstra, mesmo na merda. Veja dois pequenos excertos do Cap. 1:(...) "Comecemos com algumas considerações necessárias. Ao contrário do que muita gente imagina, o termo “merda” tem uma nobre tradição cultural. Uma breve consulta ao clássico dicionário latino-português de Francisco Torrinha (edição de 1942) demonstrará imediatamente a veracidade desta afirmação. Lê-se aí, preto no branco: “Merda, ae. f. Excremento”. Concluímos, pois, que, desde o tempo de Júlio César até hoje, o termo permaneceu inalterado quanto ao significado geral, sem mudança assinalável na fonética ou, sequer, na grafia. Estamos perante um conceito perene e inexpugnável, que remete para uma continuada experiência humana. Que experiência humana? A da existência de excrementos, simbolizando em geral algo de indesejável, nauseabundo, desagradável, poluente, que importa deitar fora. Na verdade, a Humanidade sempre quis libertar-se dos seus excrementos e devemos a esta necessidade, por sua vez ligada à demanda por qualidade de vida e salubridade pública, a criação de importantes obras, como as vastas redes de esgotos das grandes cidades. A maxima cloaca, em Roma, era já um belo exemplo disso mesmo. Porém o problema da eliminação da merda, nesses tempos idos, estava muitíssimo longe de ser o que é hoje pois toda a merda produzida era biodegradável e podia ser reabsorvida pela natureza com facilidade. A merda moderna é outra coisa, seja ela merda plastificada, gasosa, electrónica e ácida, radioactiva, petrolífera ou a pior de todas: a Merda Cultural, mãe de todas as outras merdas. Para os fins desta obra, com efeito, interessa-nos sobretudo a dimensão metafórica e simbólica da merda. Contudo iremos vendo que a mesma se cruza constantemente com acepções intestinais" (...)"Como vemos, é de imperiosa necessidade compreender a merda pois hoje, mais do que nunca, corremos o risco de nos afogarmos nesse nosso produto. A qualidade das merdas produzidas veio juntar-se à quantidade monstruosa criando um problema higiénico de dimensão planetária. É convicção deste autor que, na verdade, ou aprendemos a limpar as nossas cabeças (supremas produtoras do produto em estudo) ou morremos. O planeta está a chegar, a passo de corrida, ao limite em que já não conseguirá mais aguentar as nossas merdas. Ora o problema é que todos os dejectos que poluem este nosso mundo colectivo desde tempos imemoriais e que agora atingiram um perigoso ápice – verdadeiros Himalaias de excremento – são, primeiro, merdas mentais e, consequentemente, culturais. Este livro é, portanto, consagrado ao estudo dos excrementos mentais, da sua produção e das redes de esgotos virtuais e metafóricas que os distribuem por todo o lado sem saberem eliminá-los nem transformá-los em alguma coisa útil.

Sendo assim, como podemos, afinal, definir merda simbólica ou excremento mental?

É tudo aquilo que nos diminui a consciência, bloqueia a capacidade de amar, obscurece a lucidez, entala a inteligência, encurta a sensibilidade e, em geral, intoxica a Alma. Todas as merdas da Humanidade têm sido, primeiro que tudo, matéria semiótica."



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